Noivinha com cara de poucos amigos entre os vizinhos, futuros bolsonaristas, no pré, desconfiada que só uma mãe de santo mudaria a política brasileira |
Cada vez mais tenho compreendido e concordado com uma frase duma amiga de trabalho e criação que foi-se embora para o Nordeste: "nasci no Brasil, mas não mereço em morrer em São Paulo". Não por acaso eu e meu companheiro temos sonhado alto em fugir para Pernambuco. Parafraseando Crioulo "não há amor no Tucanistão". Nesse bode existencial de intolerância tucana, tenho tido delírios devido à insônia nos quais questiono o que os eleitores municipais tem contra nós se levamos material de casa para aulas mais criativas, brigamos pelos materiais sonegados para o quartinho de despejo da Educação de Jovens e Adultos, disputamos arduamente espaço na condução pública para carregar livros de arte e acessórios de cena, enfrentamos assédio para chegar à escola brincando e debatendo feminismo, reinventamos aulas para que percam o ranço dos professores conteudistas e tecnicistas que já tiveram... Porque a maioria reelege - ou se abstém - votando ou passando a responsa adiante para que siga no poder governos que concedem benefícios, compram votos, terminam obras na véspera da votação e ainda aprova maior desconto previdenciário dos servidores. Esses que tentam fazer algo pelo cidadão, mas com os serviços sucateados não tem sido muito simples. Porque essa medo e desconfiança de sair da gaiola política se a maioria reclama desde a última eleição que não está bom?
Não muda muio o panorama onde moro, a cidade mais rica do Brasil, que vota como mulher de malandro: a situação está ruim, mas não rompe o relacionamento abusivo porque não questiona mais as amarras invisíveis depois de tanta opressão imobilizadora. Antes o cassete do parceiro abusivo do que uma novidade que mal conseguem imaginar. É real aquela máxima: não me espanta, mas afeta. Entendo e concordo que o bom combate não é derrota, que a dupla Boulos e Erundina é gigante e que quando a política retrocede são anos ou décadas historicamente para avançarmos novamente rumo à justiça social, mas me animei sagitarianamente demais com a eleição de vereadores e alguns prefeitos representando a diversidade, tentei conter meu otimismo patológico sem sucesso; tenho sentido a prosa poética como uma utopia para a qual caminhamos, sem muita chance de atingir e bem, não sei vocês, mas queria Erunda de vice antes que ela vá militar no céu. #prontofalei Fora as bizarrices que encararemos no serviço público sem recurso ou agenda o bastante para todo auto cuidado que precisaremos, mas tá bem, chega de café da tarde com militância educativa por hoje.
Não, não estou em TPM, mas sim, tenho tido insônia e como Zeca Baleiro "ando tão à flor da pele que qualquer beijo de novela me faz chorar". Todo esse textão desabafo para concluir que a militância da esquerda precisa funcionar como uma corrida de revezamento: quando aqueles da linha de frente perderem o gás e precisarem recarregar as baterias, que os ativistas emergência pré eleição assumam o serviço pesado. Sim, o movimento #viravoto nos reacendeu uma esperança, poesa e diversão na campanha. Talvez as pessoas sensíveis com senso de justiça estejam numa sofrência maior agora. Podemos nos unir numa espécie de AA e se comprometer "só por hoje não acharei que o pobre de direita aceitará dividir seu pão com ovo".
Brincadeiras à parte estou há dias a fim de pedir aulas de como ser um sagitariano pé no chão para um sobrinho de 8 anos que há algumas votações disse que se fosse adulto, não votaria no Bolsoliro e tendo acompanhado a fundação do 1o partido socialista popular periférico anti capitalista percebeu meio precocemente "mas eles não deixariam nosso candidato ganhar". Vamos falar o que para essa turminha? Eles é que tem que ajudar transformar uns olhares por aí.
Agora com a licença de vocês, mas preciso por um sono rebelde em ordem...
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