domingo, 9 de setembro de 2018

A TPM me mantém em cativeiro

Baixei um aplicativo porque sou tão de humanas que erro até as contas do ciclo menstrual. A questão é que até esse programinha pra celular é machista: avisa meu período fértil, mas a chegada da TPM não. Resultado: na última descompensação hormonal mantive o encarregado da fábrica de chocolate Pan como refém. Porque essa indústria? Bom, é a mais próxima de casa e a única que todo dia faz um saldão estilo industriais vendem tudo. Ameaça fechar, mas já está há décadas deixando o bairro Santa Paula, em São Caetano com cheiro de chocolate no ar. Bom, exigia de resgate a produção da semana. Sim, somente sete dias no mês "quero mudar de sexo, cruzar a fronteira, deixar os amigos do trabalho falando sozinhos, sair pra comprar cigarros, eles lembrarem que não fumo, não entenderem nada e eu sumir sem deixar rastro". Daí que enviaram a guarda municipal para negociar quando no auge da última TPM exigia 1/4 do carregamento de chocolate mensal da fábrica vizinha como resgate do funcionário que sequestrei. A policial, também de TPM, exigiu meia produção do resgate que pedia para limpar minha barra, já que sou professora e meu surto não pegaria bem entre os funcionários públicos locais. A dona da fábrica, já na menopausa, avisou que não cederia, mas sua marqueteira, também "hormonalmente descompensada", botou panos quentes oferecendo um meio termo de 1/32 da produção que demandava, mas como contrapartida do preju eu e a policial municipal teríamos que gravar testemunhais do poder do chocolate contra a TPM. Nisso a PM atravessou o samba das negociações e eles, que não são conhecidos por bater antes de entrar, cortou abruptamente esta intrincada negociação e... Bom, agora escrevemos de trás das grades mesmo. Eu e a policial civil pedimos compaixão das manas feministas, doação de chocolates e... Bem, uma advogada que entendesse particularidades feministas também seria bem vinda... Dizem até que temos atenuante de pena quando perdemos a cabeça no auge da TPM...

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