terça-feira, 29 de novembro de 2016

Maremoto doméstico

Antes era sempre uma chuva
agora tem um lastro
Para quem voou tanto
um pouso é sempre uma descoberta
Nós fomos lapidando
essa linguagem nova, intraduzível
Por essa modelagem única
um ninho tão nosso!
Nossos passos na areia
começaram meio desconexos
Agora tatuamos este caminho
em cada palmo de nós
Nós não nos sabíamos
companheiros - fomos tateando
Descobrimos os espaços de encaixe
as rotas de combustão
e os portos de chegada aguardada!
Os dedos traçaram rotas
mapas recém desenhados
As pernas inventam um laço
e depois afrouxam
Nossas palmas reconfiguram
encontros já aguardados
Ainda assim, descobertos
suspirados e chorados
Um universo a escrever
mas gemidos escapam pelas linhas
Alguma bússola norteou
esta cruzada de ideias e sonhos
E um mapa do tesouro
foi criado neste incerto ajuste
Esse improvável acerto
aguardado e até desacreditado
Como era eu sem nós?

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