terça-feira, 20 de agosto de 2019

Ainda as férias

E nas últimas férias escolhi... Passar frio! O que não fazemos pelos amigos não? Deixei um frio de bater queixo em São Paulo e fui de encontro a outro de bater dente no sul de Minas. Não voltava para lá há mais de 16 anos, desde que gravei matéria para o programa Próxima Parada da Rede Mundial lá em Monte Verde. E como brinquei uns anos depois com um professor da Metodista: "passou de madrugada numa emissora da Band, mas nem meus pais devem ter visto". Ele jurava que alguém sempre vê, porém pelo pouco que trabalhei com audiovisual, não deve ter razão. Como podem verificar, o sul mineiro me provoca digressões nostálgicas. Desta vez fui conhecer Gonçalves com os amigos do meu companheiro, ops, agora também meus. Na verdade eles ficavam em Paraisópolis, mas me levavam pro centrozinho de Gonçalves. Estava rolando um Festival da Latitude. Por pouco
não reencontrei um colega do Programa de Iniciação Artística (Piá/ SMC/ SP) tocando por lá. Como diria uma amiga, o mundo é mesmo muito redondo! Curtimos degustação, só demos uma olhada nas gélidas cachoeiras, tomamos cafezinho pra tentar dar pelé no frio, subimos numa montanha que até tinha uma antena feito o Pico do Jaraguá, porém o lado que a urbanização não detonou era estupidamente mais bonito, batemos perna pelas lojinhas de artesanato nas quais gostaria de empacotar tudo e levar pra casa, vimos parte de um show e duma oficina gastronômica, comi no sol com amigos, passei frio na rede... Só queria registrar nos autos para a posteridade: eu precisava disso! Há um ano e meio eu só estudava e trabalhava nas viagens (claro, fazer isso fora de Sampa inclui sempre um certo alívio, porém pra hiperativos, depois de férias à toa... O corpo quer saber: "o que te fiz que não me deu isso antes"?). Matei as saudades de comer truta. Lembrei no restaurante que já tinha gravado noutro da rede, onde tem tanque com o peixe lá na Campos do João rústica mineira. Vi mais cerejeira do que quando fui num festival japonês delas com ex chefe no interior de São Paulo. Tirei umas fotos de desenhos de pássaros da Mata Atlântica, feito de caneta esferográfica por uma
artista leiga, pra mostrar ao meu pai ligeiramente autista - que depois reconheceu a maioria das espécies no meu celular. A gente sai de perto dos nossos, mas eles não saem de nós. Fui bem servida de blusa, finalmente estreei o cachecol e touca que minha segunda madrinha me deu, mas devo confessar que em alguns momentos nenhum deles fazia cócegas, À noite havia tanta coberta em cima de mim, que mesmo quando virava de barriga pra cima não dava para ver o guarda roupas à frente. Gozado que sou super urbana, mas vou pro mato e me adapto facinho. Fiquei dias sem conexão. Em quatro dias se pegou wi fi três vezes foi muito. Mas penso que até isso foi providencial porque navegar em São Paulo à noite não ajuda dormir. Depois fui pra Niterói rever amigas budista e das danças brasileiras. Elas me levaram num boteco meio "vilamadalenizado" de lá, mas colocamos a prosa em dia. "Perdi" uma manha enrolando depois duma canseira de estrada em dose dupla, mas vamos combinar? Eu realmente precisava desses respiros. Pra não perder costume, minha ex marida me levou à praia Itacotiara. Um deslumbre, mas como é praia de surfista, o mar só me deu tombo na hora de tentar entrar. Então fui para o Rio de barca, que é transporte público, mas com a vantagem do visual e minha paixão inveterada por transporte fluvial. Na hora de embarcar me confundi numa máquina de cartão de transporte e lá se foi uma nota alta sem troco na hora da cobrança; Resultado: paguei de ambulante nas portas do trem paulista e fiquei oferecendo o cartão com várias viagens nas filas... E não é que consegui vendê-lo? Por fim, matei saudade duma amiga jornalêra, que me levou num natureba em Copacabana, andamos e rimos muito perto da feirinha. Ainda almocei com ela, dei uma de caipira quando vi e escutei o VLT (veículo leve sob trilhos) e fui com ele à rodoviária, amarradona feito criança. Um amigo do teatro do oprimido (TO) ainda tentou me ver antes de voltar, mas infelizmente não é só por aqui que o trânsito nos estrepa, porque ele chegou quando meu ônibus começou voltar. Este post é uma ode aos amigos pois graças a eles, minha última viagem foi tão em conta quanto os minguados frelas que ainda faço ocasionalmente para o jornalismo. Este post é para falar o óbvio: quem tem amigo não morre pagão. E que a educação como era de se esperar já está me fazendo precisar de outra trégua. E graças aos amigos, mês que vem tem mais, aqui na roça de Sampa mesmo! Aguardem cenas dos próximos capítulos....

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